segunda-feira, 25 de julho de 2016

A árvore singular



Passeando livremente e à luz da consciência pelos caminhos da memória, deparei com uma árvore diferente de todas as árvores que havia até então conhecido. Ela apresentava duas particularidades que saltaram aos olhos: produzia três tipos de frutos diferentes e de mesmo sabor amargo, e era alimentada e nutrida pelos próprios frutos.

Após algum tempo de reflexão e contemplação, vim a descobrir que ela não nasce de um galho, mas germina de uma pequena semente plantada no coração. Esta semente, no princípio, carrega em si o poder de auto-nutrição, crescendo, desenvolvendo-se e produzindo os seus frutos. Após a primeira floração e colheita, perde a capacidade de crescer sozinha.

A partir desse momento cada um dos frutos desempenha o seu papel no crescimento da árvore. Um deles é responsável pela adubação; o outro rega as suas raízes; o terceiro faz com que ela permaneça sempre ereta.

É verdadeiramente uma árvore singular. Produz seus frutos e os frutos a sustentam. Seu nome tem apenas quatro letras, e se chama AMOR.

O fruto da Humildade é o seu adubo essencial porque o faz crescer em meio às provações e dificuldades. O fruto do Perdão é aquele que o rega constantemente, lavando e purificando o coração e a alma. A Obediência é o fruto que não deixa o amor vacilar nem para a direita, nem para a esquerda.

Comecei com esta parábola para confessar minha fraquezas e lutas constantes diante da vida, diante de mim, diante da minha Família e da Comunidade onde Deus me colocou.

Minha arrogância, prepotência e muitas vezes um egoísmo desmesurado, obscurecem a Humildade, e sem ela as folhas do amor murcham e caem, e ele sofre atrozmente por não mais ter as folhas que realizam a sua respiração e fotossíntese. Assim acontece. Mas as lutas interiores para vencer o mal se fortalecem cada vez mais na força que me vem do céu.

Ressentimentos e rancores ainda perpassam pela caminhada. Quando, porém, a água do Perdão faz dos meus olhos uma fonte de lágrimas de arrependimento que regam e lavam o que deve ser purificado, a Humildade se acende como uma tocha luminosa e me impulsiona a buscar e dar o perdão. Tem sido sempre assim dentro da minha Família e da Comunidade. Não é fácil. “Mas tudo posso naquele que me fortalece.”

Às vezes – pelo meu temperamento – a rebeldia momentânea se instala na minha alma, fazendo com que eu vacile e não alimente o Amor com o fruto da Obediência. Quando assim acontece no ambiente familiar e na Comunidade, tenho a convicção de que algo está errado, e sinto que o fruto que faz com que o Amor permaneça ereto não está sendo nutrido, ocasionando uma grande hesitação, ora balançando para a direita, ora para a esquerda. Após um tempo, a consciência aclara e a Humildade e o Perdão vêm em auxílio à minha fraqueza.

Desta forma exponho ao Moderador-Geral, ao Núcleo Vocacional e à minha Formadora, com sinceridade, quem continuo sendo e aquilo que almejo que o Senhor faça em mim, porque sei que estou fazendo a minha parte e permaneço sempre de coração aberto para atendê-lo.

Antonio Luiz Macêdo
Imagem Google

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